segunda-feira, 1 de outubro de 2007

IVG no centro de saúde de Viana do Castelo

Para algumas coisas o dinheiro falta, mas para outras o dinheiro tem que haver. Está certo que no caso do IVG, a designação suave para aborto, existem tempos curtos a cumprir, mas também noutras coisas.

No caso da IVG por meio químico, houve dinheiro para contratar, ou para desviar recursos, quer humanos quer materiais, para esta prática, tal como se pode ler no texto "devendo a equipa que assegurará a valência do Centro de Saúde de Viana do Castelo ser constituída por oito elementos, entre os quais se contam dois médicos e dois enfermeiros, além de igual número de assistentes sociais." Além disso, foram contratados 2 médicos tarefeiros para realizar o aborto no hospital de Viana.

Lanço várias questões: há dinheiro para contratar médicos para esta prática e não há dinheiro para outras deficiências que existem no SNS, como as longas listas de espera, os enfermeiros que são necessários mas são despedidos?
E esta prática é gratuita para a utente, que a faz, inevitavelmente, porque quer, quando outros terão que pagar para fazer consultas, exames ou até para estar internado numa cama de um hospital durante menos de 10 dias, situação que é, na maior parte dos casos, indesejada.

Onde está a justiça disto?

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Venceu o SIM

É com muita pena minha que o SIM venceu.

As projecções dos 3 canais foram quase todas iguais, com valores de vitória do SIM com valores entre os 57 e os 61% quase comuns aos 3 canais. Os resultados que já estão totalmente contados confirmaram estes valores tendo 59,25% dos eleitores votado no SIM. 56,39% abstiveram-se.

Tenho pena que tenha sido este o resultado, pelas consequências na sociedade que o resultado coloca.

Neste momento o que importa é mostrar que a lei que vai sair deve reflectir 3 coisas: a vitória do sim, os votantes no não que foram poucos e a abstenção que não torna o referendo vinculativo.

No que toca à vitória do sim, apesar de ser forte (cerca de 20% de vantagem, com 60%) e não ser vinculativa, é preciso respeitar, tal como aconteceu há 9 anos, em 1998.
No entanto é preciso respeitar os cerca de 40% de votantes que disseram não à pergunta, procurando criar uma lei que pense nestes cidadãos.

A lei que deve ser criada deve procurar que, conjuntamente com a sua regulamentação, o aborto não seja incentivado, colocando à mulher que quer abortar outras opções para a sua gravidez, ajuda económica, profissional e social, procurando que a escolha que a mulher faça seja o mais pensada possível, incluindo um período de reflexão alargado, após saber as suas alternativas.
Isto vai de encontro com aquilo que a quase unanimidade da população, mesmo os apoiantes do sim, pretende no que toca à raridade do aborto, porque afirmaram que são contra a prática do aborto.

A questão das clínicas privadas também é muito interessante. Será que estas, nomeadamente aquelas que farão do aborto a sua prática exclusiva, vão incentivar a mulher a escolher outra opção? Não me parece que o façam com toda a veemência que o farão os institutos públicos. E será muito importante acompanhar o seu funcionamento à luz da lei que for aprovada.

Outra questão interessante é a do financiamento da prática do aborto, nomeadamente dentro do SNS. Na plataforma do não foi referido que o estado devia financiar a prática do aborto com um valor igual àquele que o estado apoia o nascimento. Era uma boa medida.
Ainda dentro do SNS. Será que este vai agora conseguir organizar-se por forma a criar às mulheres todas as condições para fazer o aborto? E as maternidades que fecharam? E os serviços de urgência que fecharam? As condições vão ter que ser criadas, mas não sei se alguma coisa vai sofrer por tabela.

A plataforma do não afirmou que esta questão não fica fechada. Eu digo que, apesar de não ser contra a minha vontade, devemos deixar esta questão como ficou, já que foram realizados 2 referendos, tendo o mais participado e recente decidido o aborto livre até às 10 semanas. Daqui a algumas décadas poderemos voltar à questão, como me parece que pode vir a acontecer, mas deveremos andar a perguntar até que seja vinculativo, ou apenas porque não gostámos da resposta. Apesar de tudo é preciso respeitar a resposta dos portugueses. Quando a sociedade mostrar que não está de acordo com a situação que agora ficou decidida, deve ser em referendo que se deverá mudar a lei.

Espero que o bom senso impere, na busca de uma lei respeitadora e impulsionadora da vida.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Soluções do NÃO

Já leste bem a pergunta que vai a referendo?

Um vídeo vale mais que muitas palavras...

Votar não (2)

Panfleto com razões para votar não: lei actual permite certas situações e o sim eliminar o aborto clandestino

Votar não, porque a actual lei não penaliza o aborto se este ocorrer:
- até às 12 semanas se existir perigo para a saúde física e psíquica da mulher;
- até às 16 semanas em caso de violação ou em caso de a mãe e o pai terem menos de 16 anos de idade;
- até às 24 semanas se houver previsão de o nascituro vir a sofrer, de forma incurável, de doença grave ou malformação congénita;
- até ao final da gravidez em casos de fetos inviáveis ou de perigo de morte ou grave lesão para a saúde física e psíquica da mãe.

Se acha que estas são razões bastantes para aceitar o aborto, porquê aceitar o aborto livre até às 10 semanas (cerca de 2 meses e meio, ou seja, quase um terço da gravidez).

Votar não porque a liberalização não resolve o problema do aborto clandestino.


Panfleto com razões para votar não: defender a mulher de abortos sob coação e despenalizar o aborto leva à aceitação e crescimento deste
Votar não porque a mulher torna-se o "elo mais fraco", já que, sendo o aborto ilegal, ela pode defender-se ao dizer que não quer praticar uma ilegalidade, enquanto que se este se tornar despenalizado, quando coagida a abortar (o que acontece em 64% dos casos), a mulher fica protegida.

Votar não porque a liberalização leva à desresponsabilização e ao aumento do aborto. O legal cresceu ao longo dos anos em vários países da Europa (200% ou mais em vários casos), enquanto que o ilegal se manteve.
Segundo estudos realizados nos Estados Unidos (confirmados por estudos realizados na Itália e na França) 70% das mulheres não fariam o aborto se este fosse ilegal, o que mostra que tornam o aborto mais aceite pela sociedade.
Na Suécia, EUA, Canadá e Austrália 1 em cada 4 gravidezes terminam em aborto, enquanto que no Reino Unido, na Dinamarca, na França, na Noruega e na Itália são 1 em cada 5.
A liberalização do aborto é a forma de contribuir para que o estado se demita da responsabilidade de tomar medidas no combate às verdadeiras causas do aborto. Se o estado quiser, soluciona o problema: apoiar as mulheres em situação difícil, ajudando-as a ser transmissoras do dom da vida!

Dia 11 vote

Faça chuva ou faça Sol, vote sim ou vote não...

dia 11 vá votar!

Porque a decisão cabe a si e não "ao outro".

Votar não

O voto no não é um voto pela vida, a do feto em particular, mas também da mãe.
O voto no não é um voto pela responsabilidade dos actos, sexuais ou em sua sequência.
O voto no não é acreditar que há outra solução para uma gravidez indesejada além da "opção da mulher".
O voto no não é não desresponsabilizar a sociedade pelo destino dos filhos deste país.
O voto no não é acreditar que há outra solução.
O voto no não é lutar por uma sociedade onde o aborto não seja opção.

O voto no não é acreditar, acima de tudo, que a opção colocada a referendo não é uma solução para o problema do aborto.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Abortar ou salvar?

Na Newsletter de 4 de Fevereiro de 2007 do Não Obrigada pode ler-se:
Este episódio é atribuído a Miguel Torga (pseudónimo de Adolfo Correia Rocha), que viveu durante o século XX, e que para além de um grande escritor, era também médico).

Certo dia, estava Miguel Torga no seu consultório, quando uma senhora do campo lhe bateu à porta.
- Sr. Dr. estou desesperada! Preciso da sua ajuda! Estou outra vez grávida e não tenho hipótese de sustentar mais uma criança! Preciso que me liberte deste problema!
- Com certeza que ajudo! Afinal, eu sou médico! - Respondeu Miguel Torga.
Miguel Torga olhou para a senhora e seus filhos com um semblante sério.
Olhou nos olhos de cada um dos seus filhos. Escolheu um dos mais novos e deu-lhe a mão, trazendo-o para o seu lado. De seguida, enfrentou a senhora (Mãe) e disse-lhe:
- Pronto, já está! O seu problema está resolvido! Pode ir descansada! Eu fico com este seu filho. Assim já terá capacidade para criar mais um!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Debate da Universidade do Minho


Convido todos aqueles que possam aparecer na próxima quarta-feira, dia 7, pelas 17:00, no anfiteatro B2 do CP2 da Universidade do Minho, em Gualtar, Braga, para assistirem a um debate sobre a interrupção voluntária da gravidez, organizado pelo Movimento "Minho com Vida".

A mesa será constituída por:

Moderadora: Gisela Santos (RUM)

Oradores pelo Sim:

Prof. Joaquim Fidalgo (Movimento Cidadania e Responsabilidade)
Est. Marta Santos (Aluna de Com. Social)
Pedro Sousa (Movimento Jovens pelo Sim)


Oradores pelo Não:

Prof. Paula Faria (Movimento Independentes pelo Não)
Diogo Silva (Aluno de Negócios Internacionais)
Constantino Santos (Movimento Minho com Vida)