terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Venceu o SIM

É com muita pena minha que o SIM venceu.

As projecções dos 3 canais foram quase todas iguais, com valores de vitória do SIM com valores entre os 57 e os 61% quase comuns aos 3 canais. Os resultados que já estão totalmente contados confirmaram estes valores tendo 59,25% dos eleitores votado no SIM. 56,39% abstiveram-se.

Tenho pena que tenha sido este o resultado, pelas consequências na sociedade que o resultado coloca.

Neste momento o que importa é mostrar que a lei que vai sair deve reflectir 3 coisas: a vitória do sim, os votantes no não que foram poucos e a abstenção que não torna o referendo vinculativo.

No que toca à vitória do sim, apesar de ser forte (cerca de 20% de vantagem, com 60%) e não ser vinculativa, é preciso respeitar, tal como aconteceu há 9 anos, em 1998.
No entanto é preciso respeitar os cerca de 40% de votantes que disseram não à pergunta, procurando criar uma lei que pense nestes cidadãos.

A lei que deve ser criada deve procurar que, conjuntamente com a sua regulamentação, o aborto não seja incentivado, colocando à mulher que quer abortar outras opções para a sua gravidez, ajuda económica, profissional e social, procurando que a escolha que a mulher faça seja o mais pensada possível, incluindo um período de reflexão alargado, após saber as suas alternativas.
Isto vai de encontro com aquilo que a quase unanimidade da população, mesmo os apoiantes do sim, pretende no que toca à raridade do aborto, porque afirmaram que são contra a prática do aborto.

A questão das clínicas privadas também é muito interessante. Será que estas, nomeadamente aquelas que farão do aborto a sua prática exclusiva, vão incentivar a mulher a escolher outra opção? Não me parece que o façam com toda a veemência que o farão os institutos públicos. E será muito importante acompanhar o seu funcionamento à luz da lei que for aprovada.

Outra questão interessante é a do financiamento da prática do aborto, nomeadamente dentro do SNS. Na plataforma do não foi referido que o estado devia financiar a prática do aborto com um valor igual àquele que o estado apoia o nascimento. Era uma boa medida.
Ainda dentro do SNS. Será que este vai agora conseguir organizar-se por forma a criar às mulheres todas as condições para fazer o aborto? E as maternidades que fecharam? E os serviços de urgência que fecharam? As condições vão ter que ser criadas, mas não sei se alguma coisa vai sofrer por tabela.

A plataforma do não afirmou que esta questão não fica fechada. Eu digo que, apesar de não ser contra a minha vontade, devemos deixar esta questão como ficou, já que foram realizados 2 referendos, tendo o mais participado e recente decidido o aborto livre até às 10 semanas. Daqui a algumas décadas poderemos voltar à questão, como me parece que pode vir a acontecer, mas deveremos andar a perguntar até que seja vinculativo, ou apenas porque não gostámos da resposta. Apesar de tudo é preciso respeitar a resposta dos portugueses. Quando a sociedade mostrar que não está de acordo com a situação que agora ficou decidida, deve ser em referendo que se deverá mudar a lei.

Espero que o bom senso impere, na busca de uma lei respeitadora e impulsionadora da vida.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Soluções do NÃO

Já leste bem a pergunta que vai a referendo?

Um vídeo vale mais que muitas palavras...

Votar não (2)

Panfleto com razões para votar não: lei actual permite certas situações e o sim eliminar o aborto clandestino

Votar não, porque a actual lei não penaliza o aborto se este ocorrer:
- até às 12 semanas se existir perigo para a saúde física e psíquica da mulher;
- até às 16 semanas em caso de violação ou em caso de a mãe e o pai terem menos de 16 anos de idade;
- até às 24 semanas se houver previsão de o nascituro vir a sofrer, de forma incurável, de doença grave ou malformação congénita;
- até ao final da gravidez em casos de fetos inviáveis ou de perigo de morte ou grave lesão para a saúde física e psíquica da mãe.

Se acha que estas são razões bastantes para aceitar o aborto, porquê aceitar o aborto livre até às 10 semanas (cerca de 2 meses e meio, ou seja, quase um terço da gravidez).

Votar não porque a liberalização não resolve o problema do aborto clandestino.


Panfleto com razões para votar não: defender a mulher de abortos sob coação e despenalizar o aborto leva à aceitação e crescimento deste
Votar não porque a mulher torna-se o "elo mais fraco", já que, sendo o aborto ilegal, ela pode defender-se ao dizer que não quer praticar uma ilegalidade, enquanto que se este se tornar despenalizado, quando coagida a abortar (o que acontece em 64% dos casos), a mulher fica protegida.

Votar não porque a liberalização leva à desresponsabilização e ao aumento do aborto. O legal cresceu ao longo dos anos em vários países da Europa (200% ou mais em vários casos), enquanto que o ilegal se manteve.
Segundo estudos realizados nos Estados Unidos (confirmados por estudos realizados na Itália e na França) 70% das mulheres não fariam o aborto se este fosse ilegal, o que mostra que tornam o aborto mais aceite pela sociedade.
Na Suécia, EUA, Canadá e Austrália 1 em cada 4 gravidezes terminam em aborto, enquanto que no Reino Unido, na Dinamarca, na França, na Noruega e na Itália são 1 em cada 5.
A liberalização do aborto é a forma de contribuir para que o estado se demita da responsabilidade de tomar medidas no combate às verdadeiras causas do aborto. Se o estado quiser, soluciona o problema: apoiar as mulheres em situação difícil, ajudando-as a ser transmissoras do dom da vida!

Dia 11 vote

Faça chuva ou faça Sol, vote sim ou vote não...

dia 11 vá votar!

Porque a decisão cabe a si e não "ao outro".

Votar não

O voto no não é um voto pela vida, a do feto em particular, mas também da mãe.
O voto no não é um voto pela responsabilidade dos actos, sexuais ou em sua sequência.
O voto no não é acreditar que há outra solução para uma gravidez indesejada além da "opção da mulher".
O voto no não é não desresponsabilizar a sociedade pelo destino dos filhos deste país.
O voto no não é acreditar que há outra solução.
O voto no não é lutar por uma sociedade onde o aborto não seja opção.

O voto no não é acreditar, acima de tudo, que a opção colocada a referendo não é uma solução para o problema do aborto.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Abortar ou salvar?

Na Newsletter de 4 de Fevereiro de 2007 do Não Obrigada pode ler-se:
Este episódio é atribuído a Miguel Torga (pseudónimo de Adolfo Correia Rocha), que viveu durante o século XX, e que para além de um grande escritor, era também médico).

Certo dia, estava Miguel Torga no seu consultório, quando uma senhora do campo lhe bateu à porta.
- Sr. Dr. estou desesperada! Preciso da sua ajuda! Estou outra vez grávida e não tenho hipótese de sustentar mais uma criança! Preciso que me liberte deste problema!
- Com certeza que ajudo! Afinal, eu sou médico! - Respondeu Miguel Torga.
Miguel Torga olhou para a senhora e seus filhos com um semblante sério.
Olhou nos olhos de cada um dos seus filhos. Escolheu um dos mais novos e deu-lhe a mão, trazendo-o para o seu lado. De seguida, enfrentou a senhora (Mãe) e disse-lhe:
- Pronto, já está! O seu problema está resolvido! Pode ir descansada! Eu fico com este seu filho. Assim já terá capacidade para criar mais um!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Debate da Universidade do Minho


Convido todos aqueles que possam aparecer na próxima quarta-feira, dia 7, pelas 17:00, no anfiteatro B2 do CP2 da Universidade do Minho, em Gualtar, Braga, para assistirem a um debate sobre a interrupção voluntária da gravidez, organizado pelo Movimento "Minho com Vida".

A mesa será constituída por:

Moderadora: Gisela Santos (RUM)

Oradores pelo Sim:

Prof. Joaquim Fidalgo (Movimento Cidadania e Responsabilidade)
Est. Marta Santos (Aluna de Com. Social)
Pedro Sousa (Movimento Jovens pelo Sim)


Oradores pelo Não:

Prof. Paula Faria (Movimento Independentes pelo Não)
Diogo Silva (Aluno de Negócios Internacionais)
Constantino Santos (Movimento Minho com Vida)

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Pelo que li no blogue Assim não uma senhora chamada Laura Abreu Cravo disse a 1 deFevereiro de 2007:

Desde cedo se aprende que quase todas as decisões importantes se reconduzem a uma ponderação de valores ou a uma análise casuística de custos e benefícios. Na questão do aborto parece-me que a grande colisão entre Vida e Liberdade se resolve de forma muito simples: a Liberdade (valor que prezo e acarinho tanto quanto o próximo – mesmo que o próximo seja pelo SIM) existiu no momento em que a mulher tenha decidido praticar um conjunto de actos adequados à produção daquele resultado (a gravidez). Os casos em que essa liberdade lhe tenha sido negada são legalmente consagrados como causas de exclusão da ilicitude do aborto e passíveis, eles mesmos, de enquadramento em sede de legislação penal.

A lei que temos tutela, nas três excepções contempladas, as únicas situações em que, admito, a Vida (por colisão com a vida da mãe, por violação ou por inviabilidade da vida do bebé) poderá ceder à decisão / intervenção de um terceiro.

A Liberdade- que ninguém no perfeito exercício do seu estado civilizacional pretende relativizar- não pode, contudo, servir de justificação para a banalização do atentado a um outro direito: a Vida.

Permitir o aborto, sem qualquer justificação além da vontade da mãe, até as 10 semanas, é tratar esta questão ao nível da cirurgia estética. Responder-me-ão, ultrajados, os defensores do SIM, que nenhuma mulher aborta por querer. Concedo. Se nenhuma mulher quer abortar, e este acto se apresenta como recurso possível ante um conjuntos de circunstâncias adversas, parece-me que o mais sensato será criar um conjunto de condições que permitam às mulheres fazer face a estas adversidades sem que atentem contra uma vida que é, apenas, a consequência que elas sabiam possível de uma acção que foi, afinal, “livre na causa”.
Eu concordo a 100%. Não diria melhor.

Palavras de quem sabe

A minha mãe, ao referir-se ao aborto disse qualquer coisa como: "se o aborto ganhar vai ser abortos por aí até mais não" e "vai haver médicos a ganhar dinheiro como lixo".

Apesar de só ter a 2ª classe, diz algumas coisas certas.

Pensem e digam que não é verdade.

Será assim?

Resolvi ir ao site do assimnao. Fui à secção do "Sabia que" e encontrei alguns factos curiosos.

Um deles é que "Em 2005 houve 73 casos, e não milhares, de mulheres atendidas na sequência de abortos clandestinos". Apesar de podermos dizer que há mulheres que não vão ao hospital pela vergonha ou medo, ou acabam por morrer sem terem ido ao hospital, ou então aparecem noutros números, é de admitir, por extrapolação destes números, que os casos de complicações são reduzidos.

"O número de abortos clandestinos está calculado em 1800 por ano". É apenas uma estimativa, mas será sempre baseada em alguns dados e factos. Fica, assim, longe dos 20000 estimados segundo alguns movimentos do sim.

"62% dos abortos realizados em países europeus com legislação semelhante à pretendida em Portugal, são realizados por mulheres com rendimentos familiares superiores a 65.000 euros por ano" e "6% dos abortos realizados em países europeus com legislação semelhante à pretendida em Portugal, são realizados por mulheres com rendimentos familiares inferiores a 7000 euros". Estamos, então, a falar de um elevadíssimo número de mulheres com rendimentos elevados e de um reduzido número com rendimentos baixos. Será que são mesmo as mulheres de fracos recursos que irão recorrer ao aborto?

"Em 2005, a média de filhos por casal foi de 1,5, tendo-se registado apenas 109.000 nascimentos, permanecendo abaixo do nível de renovação das gerações (2,1)". Com a liberalização do aborto podemos vir a assistir a um ainda menos número de nascimentos, o que colocará, a médio/longo prazo, problemas demográficos ainda maiores. O aborto não será, na situação actual, a solução, mas certamente irá ajudar.

"Em todo o mundo, o aborto sem invocar qualquer razão é permitido em 22 de um total de 193 países". São uma clara minoria.

Queremos um país onde o aborto acaba por ser praticado, na sua maioria, por mulheres com elevados rendimentos? Devemos vir a ser um dos poucos países onde o aborto seja livre?

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Tertúlia no Café Vianna

Hoje, às 21h no Café Vianna, na Avenida Central, em Braga.